16/02/07

Final de Semestre

Finalmente o primeiro semestre chegou ao fim... Para uns terminou de uma forma bastante positiva; para outros de forma tranquila e para os restantes, nem tanto assim. O importante é que conseguímos aguentar a pressão na recta final, sem grandes litígios entre nós, ou pelo menos sem litígios que deixem sequelas graves na relação do grupo. Confesso que contava com mais "desistências" pelo caminho... Mas ainda a procissão vai no adro.
Se as notas finais não forem as mais agradáveis, não devemos sentir-mo-nos inferiores em relação aos colegas, devemos sim, questionar-mo-nos se fizemos o suficiente para merecer avaliações mais elevadas. Afinal, qual foi o grau de empenho de cada um? Foi suficiente? Homogéneo? É evidente que não, e todos estamos conscientes disso. Devemos fazer uma reflexão, não somente sobre o nosso esforço e dedicação em relação aos estudos, mas também sobre o nosso comportamento/ postura em relação aos colegas de turma. Somos uma especíe de comunidade e como tal, tudo o que diga respeito aos outros, acabará por nos afectar directa ou indirectamente e tanto no aspecto positivo como no negativo.
Estou muito aliviada por ter terminado esta etapa, mas não consigo deixar de sentir uma ponta de tristeza, por esse término não ter sido um momento de alegria e saudade antecipada, por todos nós. Provavelmente o espírito de grupo não tem um significado válido para todos...
Particularmente, sinto-me esgotada e vou dedicar estas férias à introspecção. Esta parece-me a fase indicada para ponderar sobre o início da caminhada e se este é o trilho certo que irá conduzir-me ao destino que pretendia. Após uma auto-avaliação (as noites são muito longas), já não estou tão convicta de que estou no caminho certo. O "número" que irá caracterizar o meu desempenho durante o semestre não ocupa o meu pensamento, estou certa que é justo e adequado à minha prestação. O que me leva a pensar, isso sim, é o porquê de não me ter sentido impelida a lutar por bons resultados, o que me remete para algumas questões: Tenho perfil e competências? É isto que eu quero? É neste período de férias que espero encontrar as respostas, para poder tomar decisões quanto ao futuro.
O balanço geral tem tanto de positivo quanto de negativo, isso é normal...
É inegável que o convívio entre nós é bom! É perceptível que foram criados alguns vínculos na turma! Mas, também é justo dizer que nem todos estiveram "voltados para o próximo" - pecando com enorme sofreguidão e dedo apontado, a um qualquer colega de grupo - numa vã tentativa de sobreviver ao naufrágio - principalmente na fase final . Nos momentos de maior pressão, foi bastante desagrádavel verificar atitudes egoístas e cínicas, em nome do proveito próprio... É igualmente desagradável e bastante triste constatar que surgiram problemas sérios a alguém da nossa turma, e que os mesmos passaram completamente "ao lado" da maioria de nós. Tenho muita dificuldade em entender isto. Afinal, daqui a três anos não vamos todos estar voltados para o " social"?
Se agora "o" ignoramos e lidamos com indiferença, como é que será daqui a três anos...?
A forma como lidamos com os assuntos e as pessoas, não será uma antevisão daquilo que seremos enquanto profissionais, após a formação...?
Talvez eu é que esteja errada, aceito! Mas não consigo manter esse distanciamento e ignorar o que se passa ao meu redor, como é que se consegue isso?! Concordo que a indiferença é mais simples e menos nocíva, mas encaro isso como uma característica pouco abonátoria para o ser humano.
Mas nem tudo foi cinzento, claro! Existiram óptimos momentos, aprendemos muito uns com os outros e devemos aproveitar isso para limar as nossas arestas e colmatar algumas lacunas. Pessoalmente, já o fiz... Se bem que somente na fase final, mas nunca é tarde! Tentei ser mais organizada e cumpridora de prazos, e abdiquei da minha máxima: "não sou escrava do tempo".
Também é justo referir que a minha "irresponsabilidade ou despreocupação" só afectava a minha pessoa, e não se fazia sentir enquanto grupo.
Outro aspecto interessante foi ter tido oportunidade de conhecer e conviver com a diversidade de pessoas que compunham o nosso grupo - nota 19!!!
O "outro grupo" - os professores - na sua maioria, revelaram ser acessíveis, dedicados, compreensivos e óptimos profissionais, para esses, nota 18 - isto de dar notas é bom!!!
Não posso deixar de fazer um apontamento sobre "uma pessoa" que se revelou uma positiva e agradável surpresa - e, para mim- é um modelo a seguir!!
Desejo a todos uma óptimas férias, descansem bastante!!!

6 comentários:

Anónimo disse...

Sendo um espaço comum a nossa comunidade (ratos da sala), o teu comentário não me ficou impune.

Revejo-me em tuas palavras e, assumidamente, dou a cara.

Com um sentimento de pesar e de cabeça baixa, tentei sobreviver ao naufragio. Infelizmente, só ponderei alguns lapsos da minha atitude tarde de mais.

É isto que quero. Não sabia era o que me esperava.

Todos temos a consciencia que o nível de exigencia no ensino superior, relativo ao ensino obrigatório é como o proprio nome indica - SUPERIOR.

Julgo , e falo novamente a titulo individual, não ter tido resposta a alguns niveis de Stress gerados primordialmente por mim e mais ninguem.

Numa avaliação muito superficial, foi um aprendizado.

É isto que quero, e se realmente quero isto, não poderei abrir mão de códigos de conduta aos quais me rego.

O meu pedido de desculpas a quem se sentiu prejudicado por algum dos meus actos. Não foi propositado.

No fim, tenho todos os meus colegas em grande estima.

Rato João Janeiro

Anónimo disse...

Amiga Sónia

> Revejo-me em muitas das tuas palavras, estas últimas semanas foram muito
> duras para todos nós, então no meu caso, como no teu possivelmente e de
> outros colegas que já não estudavam à uma série de anos creio que esta
> pressão ainda foi maior!!
> Também me custa ver e ouvir algumas situações de cinismo e de individualismo
> que por vezes se passa, mas eu acho que isso faz parte dos grupos, as
> pessoas são diferentes umas das outras, temos que saber viver com estas
> diferenças.
> Por vezes também dou por mim a questionar-me em relação ao curso, será que é
> isto que eu quero? Será que tenho realmente jeito para isto? Eu acho que
> todos nós temos momentos de fragilidade e por vezes colocamos a hipótese de
> desistir de mandar tudo para o alto, mas por outro lado, também penso, eu
> sou forte e vou encarar, não vou desistir!
>
> Quanto a ti minha amiga, não te quero sequer a colocar essa hipótese! pois
> acho que fazes muita falta na turma, és aquela pessoa coerente que todos
> ouvem, tens sempre uma palavra para dar no momento preciso, não é a toa que
> te chamo a mãezinha!!!
>
> Gosto muito de ti Sónia, e se de algum modo contribui para essa tua angústia
> deixo aqui o meu pedido de desculpas.
> Acho que somos um grupo de pessoas excelente com percursos de vida muito
> diferentes, e não hão-de ser estes momentos de stress que nos vão deitar a
> baixo!!!
>
> Um beijinho grande, desejo-te um bom Carnaval
>
> Júlia Lourenço

Anónimo disse...

Meus queridos Srs(as) Formandos(as) (a ordem dos artigos é apenas por conveniência de escrita)

Apetece-me gritar: AGUENTEM-SE!, no bom sentido (aqui o inglês seria mais claro: Hold on)
Eu também vou ter que "AGUENTAR", por minha culpa. Aprendam com quem tinha a obrigação de gerir adequadamente a periodização do tempo, do Vosso e meu, num plano académico e não o fez adequadamente.
Hoje abri o correio e fiquei "inundada" (pssst, António, nada de interpretações aleivosas, seu mauzinho! ) de e-mails dos meus caríssimos/as Srs/as APRENDENTES (espero que gostem desta denominação construtivista).
Perdoem o abuso da minha entrada no vosso espaço privado, mas prof. também é gente e também “sente falta de sentir” quem está do lado de lá dos papéis escritos ou dos documentos virtuais que lhe enviam. Ainda que redundantemente expressa, essa é a emoção que se experimenta ao ter que converter numa expressão abstracta um conhecimento que se obtém no convívio, apesar de não diário mas semanal, com quem passa a fazer parte integrante das nossas vidas.
Beijinho grande para todos (sem ordem pré-determinada):
à Sónia que parece a fundação onde se ancoram muitos, mas que não pode nem deve arcar com esse peso, à Luísa ,na sua incrível capacidade de concentração e contenção; à Júlia na sua serenidade; à Ana Sofia no empenho e inseguranças injustificadas; à Carina, na sua generosidade; à Diana, que precisa crescer com muito afecto dos colegas; à Isabel que sabe estar e ser com tanta dignidade e empenhamento; à Lúcia, que sempre acalma com a sua expressão serena; à “pestinha” da Inês que a todos interpela e desafia positivamente; à Ritinha que mantém um ar de menina; ao Rogério que insiste em ser “marginal” apesar do grande fluxo que o deseja e quer integrar; ao Vítor, um poder argumentativo superior que o distingue dos demais, mas não os deve afastar; à Andreia, que é toda sensibilidade, mas tem que aprender a usá-la; ao António, interessado, participante e que possui uma inteligência emocional que sobressai; a Cátia que demonstrou uma empatia essencial para com os colegas; ao Hélder que é inevitavelmente (não é trágico, pelo contrário…) uma pessoa das artes, em toda a plenitude do termo, a capacidade de análise e argumentação elegem a actividade que exerce ao nível a que se aspira; ao João Bessa, foi notório o investimento - se só o empenho fosse a considerar, tinha 200%, tal também a forma de estar e o investimento diário; João Cardoso, demasiada timidez no dia-a-dia, que foi claramente dirimida quando teve que se expor na apresentação de um trabalho – vença essa timidez aparente; João Janeiro, foi pena não ter acordado mais cedo, tem potencial para muito mais; ao Luís, com todas as condicionantes decorrentes das suas actividades, conseguiu estar a 100%. Cândida, mais confiança em si mesma e vai ver que consegue ser brilhante; Márcia apesar de “pikininha”possui a sensibilidade para…; Mário, obviamente uma pessoa das “artes”- eu não o consegui seduzir, mas você seduziu-nos:
Espero não ter olvidado ninguém, mas se algum nome não estiver referido, é apenas porque a minha memória já falha.

Nérida Madeira

Cristina Tomé disse...

Também tenho que deixar o meu testemunho neste espaço de ratitos que considero ser tanto meu como de vocês.
Sónia, eu tenho acompanhado este excelente grupo de uma perspectiva exterior e é normal acusares algum cansaço, insegurança e desilusão por algumas atitudes menos felizes que presenciaste e que, se calhar, tiveste que engolir para não teres que te chatear. Pensamos que conhecemos bem as pessoas com quem convivemos todos os dias, mas essa visão não corresponde à realidade. Os seres humanos são animais que mudam como muda o tempo. Têm os seus momentos de sol, como também têm os seus momentos de trovoada e tempestade. Eu sei o que tu sentes, No ano passado, e depois de 10 anos sem estudar, também fui assaltada pelas mesmas dúvidas e desilusões que te assaltam agora. Acredita que, por momentos, passou-me pela mente a palavra "desistência" e era isso que queria fazer. Mas depois pensei...se me empenhei para estar no ensino superior, se estudei afincadamente para conseguir entrar para a faculdade, porque raio deveria desistir? Se consegui mostrar que era capaz de vencer neste mundo-cão, que é, por vezes, o mundo do ensino superior, porque haveria de voltar as costas a um sonho que acalento desde jovem? Por causa dos colegas e de situações provocadas por egoismo e competitividade? Por vezes, perguntava a mim própria se teria estofo para suportar tamanho egoismo e cinismo e cheguei à conclusão que sim. Nós estamos sempre em primeiro e depois vem tudo o resto. Aprendi á custa de muitas lágrimas, suor e queima de pestanas que eu venho sempre em primeiro e não vou abdicar de mim por causa dos outros. É sempre bom desempenharmos o papel de âncora da turma, é sempre bom darmo-nos bem com todos os colegas, mas em momentos de naufrágio, qual será o teu papel? Continuarás a ser a âncora que não deixa o barco vir ao fundo, mas estarás sempre enterrada no fundo do mar, sem ninguém se preocupar contigo. Aprendi a pôr-me sempre em primeiro porque poderia correr o risco de estar enterrada no fundo do mar, sem ninguém se preocupar com os meus sentimentos. Continuo a ajudar os meus colegas quando posso, não sou egoista, mas...nas alturas mais apertadas preocupo-me comigo, porque mais ninguém se preocupará. Tu ainda estás fresca neste mundo do ensino superior e ao fim de um semestre doloroso, é mais natural que te sintas esgotada tanto fisica como mentalmente, mas não deixes que o desânimo e a dúvida te assaltem a mente. Tu és uma pessoa com uma força descomunal, uma força que vem do mais profundo do teu ser e que te vai servir nos momentos mais desesperantes porque ainda vais viver momentos desses. A procissão só vai no adro e muita coisa ainda se vai passar. Contudo, nunca penses em desistir. Estás no ensino superior pelo teu próprio mérito e direito e foi um lugar que tu conquistaste com empenho. Não desistas e não deixes que ninguém te tire o valor que eu sei e que tu sabes que tens. E este conselho aplica-se a todos os ratitos que povoam este blog.
Nunca se esqueçam disso...

Bom Carnaval

Tânia M.

Anónimo disse...

bem...eu nem sei o k dizer... como sabes não tenho jeito para escrever, e ja no meu blog pco o faço... espero que te aguentes... lembra-te do nosso compromisso.... aqui fica outro... ajudamo-nos uma à outra... vamos as duas no mesmo barco, e assim xegaremos as duas ao nosso destino... eu acredito em ti, como tu acreditas em mim... n t podes ir abaixo,e sempre que precisares, eu vou estar por aqui.

Danoninha

Anónimo disse...

Caros ratinh@s

Como é que vão essas férias?
Em período de receber notas e saber se passei no semestre, tenho-me deparado com um pensamento assombroso, de verdade… o que irá ser da comunidade dos ratos da sala no segundo semestre?
Pergunto-me isto todos os dias… e porquê? Porque desde o final das aulas tenho-me vindo a aperceber que pessoas muito queridas andam a pensar desistir do curso!
O pior de tudo, no meu ver, é que são pessoas que tem uma enorme potencialidade para exercer a profissão que escolheram. É verdade que tanto educação como animação, está virada para a área do social, todos nós iremos lidar com situações bastante complicadas… mas eu sei que vocês tem capacidade para seguir em frente.
É verdade que existiram bastantes problemas na comunidade e que cada um se adaptou a eles à sua maneira… uns envolveram-se mais que outros, o que trouxe alguns dissabores e que provocou nessas mesmas pessoas uma sensação de impotência… mas não vejam esses obstáculos como um motivo para desistirem, porque eles são o motivo para vocês continuarem, eles só vos vieram mostrar a força que existe dentro de cada uma de vocês… porque vocês não abandonaram quem precisou de vocês, muito pelo contrário, entraram no barco, estou errada???
Eu vejo em cada uma de vocês uma força enorme… e por isso vos digo: Vocês merecem continuar, merecem dar a vocês mesmas a oportunidade de irem para estágio!
E restante comunidade: vamos deixar de ser «egoístas», vamos passar a apoiar os ratinh@s que estão a precisar. Vamos unir-nos como nunca e todos juntos crescer e não deixar nenhum ir ao fundo ou cair do precipício…
Todos nós iremos para o terreno, não para arranjar soluções, mas para indicar caminhos para que um projecto de vida se possa cumprir (tanto em animação como educação).


Espero que as minhas palavras façam algum sentido, não querendo de todo parecer arrogante ou dona da verdade, apenas tenho vindo a afligir o facto de vir a perder pessoas tão queridas e tão vocacionadas na área.


A ratinh@
Rita Katita