26/03/07

Take 13

A dupla Andreia Flórido & João Cardoso


"Ando no meu quarto
Como um pássaro
Na gaiola
Em busca de liberdade.


Ele não vive
Simplesmente anda
No pouco espaço que tem...


Já não tem pressa.
Já não tem rumo
Já não tem por quem. "


"Uma passagem
Sobre a mesa
Estendida,
Sem ida,
Sem volta



Só...
Adormecida!"




"fotografia
do teu rosto
bem marcado...


marco
sinto
reflicto e saio!"
Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 12


A dupla Helder Gamboa & António Igrejas

... o público ...


Helder - Encontrei uma flor.

António - Encontrei uma flor.

Helder - A minha flor é grande e bela e extremamente robusta.

António - É verdade.

Helder - A tua flor é escura e sem graça e poderá não sobreviver até ao amanhecer.

António - Será certamente difícil.

Helder - Amo a minha flor pela sua riqueza e grandiosidade.

António - Amo a minha flor pelo seu valor espiritual.

Helder - Que valor espiritual?

António - A minha flor é uma flor trágica. Tem alma. Tem poesia.

Helder - Só porque a minha flor é maior não pode ter poesia?
António - A minha flor tem que lutar a cada minuto pela sobrevivência. É movida por princípios fundamentais. Centra-se em coisas profundas.

Helder - Estás a chamar diletante à minha flor?

António - A tua flor é rica e tem provavelmente um problema de lazer.


Helder - Subitamente deu-me vontade de bater à tua flor com a minha.

António - A minha flor sucumbiria ternamente.


Helder - Peço desculpa. Tenho uma flor vulgar.

António - A minha flor compreende verdadeiramente.


Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 11

A dupla Cátia Augusto & Sónia Mendes

"Paro,
oiço sussurros do vento.
Escuto,
seus segredos e lamentos.
Sinto,
seus medos escondidos.


Quero,
a sua verdade silenciada.
Rasgo,
a máscara que o envolve.
Leio,
a sua alma desnuda.



Deito,
o corpo na sua brisa.
Toco,
seus sonhos mais íntimos.
Abraço,
desejos acorrentados.

Descubro,
sua beleza reprimida.
Amo,
sua fúria de paixão.
Saboreio,
o néctar da vida.



Solto,
gritos mudos entorpecidos.
Sussurro,
ao vento... "

[poema de Sónia Mendes - Sussurro ao vento]

Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 10


Performance Musical interpretada pelo nosso colega Luís.

...o publico...


...belo momento musical...



...muito participativos...


...a classe do artista...


...encantou...



Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 9



O trio Helder Gamboa, Sónia Mendes & António Igrejas

"Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguem.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.


Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.


Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.


Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.


[poema de António Gedeão - Fala do Homem Nascido]
Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 8


Performance Musical interpretada pelo nosso colega Mário


... o público...

...num belo momento musical...

...ao som de um "Bolero"...



Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 7


A dupla Márcia Damião & António Igrejas







" Sabes,

Penso que um grito,

Há-de ter outro modo qualquer,

De ser ouvido,

Talvez gravando a dor em letras,

Num papel.

Talvez chorando,

Talvez até calado."

[poema de Maria Eugénia Cunhal – História de um condenado à morte]




Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 6



Pssstttt....Amigos!!! a nossa Cátia Augusto.
...o público aguarda...

"Amigos, tenho e tive;
Uns bons, outros maus
Correctos, sinceros
E até lisonjeiros;
Outros, doidos,
Perspicazes, audazes
E até covardes;
Uns alegres
Outros tristes
Chegando a ser infelizes.
Uns teimosos, apaixonados,
Até isolados.

Uns para todos os dias
Outros não para a semana inteira;
Uns por brincadeira
Sempre falando asneiras.
Aqueles que levam a sério
E outros que falam mistério.
Tem gente que sofre calada,
Que chora escondido,
Que se sente perdido."

Poema de Anna Fernandes Lima


Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas

Take 5

A dupla Andreia Flórido & João Cardoso


"Levo coisas tuas
Para poder estar contigo
Na distancia.
Para nunca te perder a companhia,
Mesmo não estando.
Levo gravado o teu gesto,
O pranto, o riso, e
(Ora inocente, ora picante)
O teu sorriso,
Que é a tua expressão,
O teu maior encanto.
E levo um objecto,
Teu pertence,
Como se o espaço tivesse autoridade
E o tempo nos afastasse...
Como se fosse preciso... "

Poema de Margarida Faro – Coisas Tuas



Fotos: Eduardo Sousa/Diário de Odivelas